domingo, 7 de abril de 2013

As folhas

As folhas caem agora
Como uma face se transforma no tempo,
Caem com delicadeza, leves,
Caem e voam sobre o vento
Como se não houvesse mais nada a fazer,
Mas é isso, não há mais nada a se fazer.
Nasceram tão pequeninas,
Cresceram com beleza, 
Encantaram olhos que a admiraram,
Olhos que hoje já não mais param para observá-las,
E o tempo passou,
Cada estação lhe revelou uma sabedoria
Na primavera, aprendeu a admirar a beleza das flores
E não sentiu inveja por elas embelezarem a natureza,
No verão, aprendeu que se passa por grandes dificuldades,
Mas suportou-as com paciência,
No outono já cansada, aprendeu que se deve confiar,
Confiar em seu momento, que chegou a hora de servir a terra,
Para dar conforto as outras criaturas que nela existe,
Mesmo que para isso ela tivesse que se desprender 
De um lugar que parecia ser seu para sempre,
Então ela se solta e se deixa levar pelo vento
E antes de seu momento final
Ela baila lentamente e sente a brisa lhe levar num ritmo
Mais que natural, mágico
Que a levará par seu outro lugar,
Então chega o inverno e ela aprende a proteger do frio
A proteger a terra com sua própria estrutura.
Na verdade, as folhas não falam, não vêem, não sentem,
Mas nós sim, sentimos tudo isso
E temos muito a aprender com a simplicidade da vida
Com as coisas pequenas,
Com as folhas caídas no chão com tanta sabedoria escondida em si,
Essas folhas que tem mais coisas a nos ensinar
Do que nós mesmo temos a entender,
Não aprendemos as coisas sozinhos,
Aprendemos até com o que duvidamos ser inútil.

Cláudia Bachot

Nenhum comentário:

Postar um comentário